Pode até ser pretensão de minha parte escrever sobre a burrice, mas, alguém precisa fazê-lo, caso contrário ela continuará a passar como despercebida e não será dada a todos, oportunidade de conhecê-la, se não nos mínimos detalhes, pelo menos, na amplitude em que é encontrada.
A causa mais provável, identificada como tal, é princípio de tudo é o 'Desconhecimento'. Esse é altamente louvável, porque se apresenta numa pessoa, como o espaço vazio de um recipiente onde se pode colocar coisas boas ou coisas ruins, melhor detalhando, guardar ali o que presta ou o quê, não presta. O desconhecimento é louvável sim, pois propicia a condição da pessoa errar por ignorância. Ignorância não é burrice e sim a ausência do conhecimento sobre algo, e errar assim é totalmente perdoável.
O sintoma da ignorância é lindo. Uma criança quando nasce é totalmente ignorante. Ela é um enorme recipiente vazio com um único sentimento, o de querer aprender. Aí, começam os adultos que se consideram altamente inteligentes, a colocar dentro da cabecinha maravilhosamente destinada a descobertas, aprendizados e criatividade, tudo aquilo que eles têm; o muito que nada serve; o tudo que usam para nenhum resultado profícuo, enfim, dando seqüência ao inferno neles implantado por quem antes deles, veio.
Passa assim a família a ser o 'Sintoma' da burrice numa vida destinada à inteligência.
Como propagação da burrice doméstica surgem as ordens subliminares de..., "Me obedeça", "Não me supere", "quem você pensa que é para mudar o que até agora foi feito dessa maneira?" e outros que tais, tão afrontantes, tão causadores da mesmice pasmaceira, que não há como a criança tão cientista e descobridora, conseguir varar aquele bloqueio tão acirrado.
O contágio da burrice acontece, quando logo depois das fases iniciais da primeira infância, sofre a criança uma exposição constante aos demais familiares e nas reuniões, onde outros adultos que não os mais próximos, contudo, criados em idêntica orientação, (ou seria melhor dizer com orientação errada?), e também outras crianças por eles criadas nos mesmos moldes, se transformam na ocasião em que umas podem trocar com as outras as inexperiências adquiridas; os traumas aprendidos; as mediocridades assumidas, as limitações impostas e uma série de causas, geradoras de outros sintomas; criadores da nova espécie de propagação por meio do contágio que acontece pela exposição daquela criança pura; ignórica; pronta para o conhecimento, verdadeiro poço de virtudes ainda não contaminadas, a um ambiente profundamente prejudicado, comprometido, enfim, contaminado.
Mais tarde, quando fora da casa familiar e das vivências iguais, há um primeiro contato importante e que deveria ser de conhecimento, a escola. Essa estrutura-se e passa a se conduzir, como elemento propagador da burrice comunitária. Acaba a escola por se apresentar como uma seqüência castrante do não pensar e sim obedecer; do não aprender e sim decorar; do não contestar e sim aceitar. Dessa maneira, consegue a escola dar prosseguimento ao caos implantado.
Como efeito de tudo que até agora foi mostrado, uso parafrase da obra de George Stevens e digo..., "Assim Caminha A Humanidade"
Toda criança que deveria ser respeitada; que tem dentro do corpo e traz na energia do ânima uma força quase incontrolável de aprender; que demonstra o desejo da descoberta; a necessidade de criar, a sabedoria de participar na igualdade mostrando toda capacidade que tem de desenvolver as competências, essa criança, é tolhida nesses direitos desde muito cedo.
Sobre esses temas uma série de estudiosos já se pronunciaram, entre eles, Jean Piaget, Lev Vigotsky, Henry Paul Hyacinthe Wallon e outros.
Cada predicado arrolado como características naturais do ser humano, é um 'Talento' individual. Não há como multiplicar isso. É próprio de cada um. É singular como cada pessoa. É uma espécie de impressão digital da competência humana. Ou seja, não existem duas pessoas iguais, portanto, não existem dois talentos iguais. Aqui uso uma citação, com intuito de marcar melhor minha teoria. Agripino Grieca, poeta e pensador contemporâneo, afirmou..., "A burrice é contagiosa, o talento, não."
Fechando por hoje, minhas considerações sobre o tema "Chega De burrice", quero deixar bem claro que não sou o único a me preocupar com isso. Sem falsa modéstia e com toda pretensão, uso da prerrogativa de citar alguns grandes, comparo-me a eles, com os quais tenho muito em comum, (cito o porquê nas observações ao final), embora ainda esteja muito aquém, de cada um:
- George Bernard Shaw, Escritor, Dramaturgo, responsável pela modernidade do teatro inglês, também fez afirmação sobre o tema. Disse ele..., "A única coisa bem distribuída no mundo é a burrice."
- Roberto Campos, economista, diplomata e professor, (Sétimo ocupante da Cadeira 21 da academia brasileira de letras, foi na oportunidade recebido pelo Acadêmico Antonio Olinto, e sobre esa observação mais adianto, explico), afirmou que..., "A burrice não tem fronteiras ideológicas."
- Curt Goetz, Escritor Suíço, Ator, Diretor de Teatro, Dramaturgo e Cineasta, afirmou..., "O inteligente irrita-se com a burrice. O sábio se diverte".
É isso que faço com este blog. Divirto-me. Mas, não posso encerrar sem citar o grande Nelson Rodrigues, que dispensa apresentação, pois, ele fecha com maestria o assunto:
- "Invejo a burrice, porque é eterna."
Olinto Simões
Obs. 2 - Quem quiser pode pesquisar. Verá que também sou Estudioso do Comportamento Humano, sou Poeta e Pensador; Escritor; Dramaturgo, Ator, Diretor; já enveredei pelo Cinema em várias funções, só ainda não fiz um filme meu.
Obs. 3 - Com Campos, tenho curiosas afinidades. Fiz licenciatura curta em economia, (Mercado de capitais), onde ele atuou com proeminente história e cheguei a ser o mais jovem Gerente Regional de um banco na década de 70. Fui Funcionário e Aluno na Academia Brasileira De Letras, quando pude aprimorar meu Português, e, ele depois de eleito, foi recebido como acadêmico por um meu..., pós-homônimo. Precisa mais?